Por favor, não simplifique nossa dificuldade!
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Hoje estou aqui para fazer um apelo:
É preciso parar de simplificar a dificuldade que muitos profissionais têm de se expor e dar visibilidade a sua MARCA PESSOAL. Não se trata de vergonha. Não se trata de medo de julgamentos e não estou aqui para falar simplesmente sobre auto sabotagem ou crenças limitantes.
Eu, Fernanda, não tenho vergonha; eu sei o que quero falar e, ainda assim, quando ligo a câmera, os pensamentos voam. Pensando bem, noto que isso acontece até ao falar ao telefone.
Hoje penso que a melhor coisa que criaram nos últimos tempos foi o WhatsApp para uso comercial, pois, com o uso desta ferramenta, consigo organizar meus pensamentos antes de enviar uma mensagem para um cliente e ultrapasso esta etapa de forma satisfatória.
Há pessoas que são introspectivas e outras que por exemplo podem sofrer com ansiedade, ou até mesmo com transtorno de déficit de atenção com ou sem hiperatividade e, para elas, a vontade e a coragem não são suficientes para fazê-las alcançar uma boa performance em comunicação.
É sobre isso que quero conversar com você hoje.
Introvertidos x Tímidos
Antes eu preciso explicar que existe uma diferença grande entre timidez e introspecção.
A timidez está relacionada a um excesso de Ego. A pessoa pensa que todos estão a avaliarem e, com isso, tem medo de ser julgada. Muitas pessoas cujo perfil é comunicador e, inclusive, extrovertido, também sofrem com timidez.
Uma pessoa tímida tende a se isolar, evitando situações em que tenha que se expor, seja exibindo publicamente a sua imagem, seja falando em público e, assim, ela carrega consigo um déficit de comunicação, que pode prejudicar muito a sua vida, especialmente a vida profissional.
Em contrapartida, uma pessoa introvertida é assim por natureza. Ser introspectiva, mais reservada, mais observadora é um traço da sua personalidade. Isso não quer dizer que não sabe se comunicar. Ela apenas é mais quieta.
Existem grandes personalidades com perfil introvertido que são bem sucedidas, entre eles Bill Gates, Elon Musk, Steven Spielberg, JK Rownling, Mark Zuckerberg, Albert Einstein, Mahatma Gandhi, Rosa Parks, Lady Gaga, Elton John, Emma Watson.
De outro lado, além dos introvertidos, existem ainda aqueles que possuem alguns dos aspectos de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) ou até mesmo a dislexia. Ambos são transtornos neurobiológicos que muitas vezes dificulta o diagnóstico e afetam o desempenho nas funções cognitivas e de comunicação interpessoal. Você pode encontrar mais informações sobre esses assuntos no blog a seguir: https://tdahnavidacotidiana.net e em outra ocasião falaremos mais sobre marca pessoal para estes.
Relação com Marca Pessoal
Por que que estou comentando sobre isso?
O profissional que está no processo de desenvolvimento de Marca Pessoal precisa se conhecer e identificar quais desses fatores são presentes em sua vida, a fim de comunicar sua marca de forma natural.
Aquele que não se atenta para isso, pode estar se achando incapaz, se auto depreciando, minando sua autoestima.
Vou te contar o que aconteceu comigo.
Por muito tempo eu acreditei que o meu fraco desempenho na área de comunicação e interrelação pessoal estava relacionado à uma possível timidez ou algum medo de me expor.
Durante a infância, tive dificuldades na escola e, muitas vezes, familiares me tacharam de “bicho do mato” ou “porco espinho”, porque eu não era muito comunicativa.
Eles não me entendiam e, eu também não sabia lidar com este traço da minha própria personalidade. Com isso, fui ficando cada vez mais distante e mais quieta.
Passei a me sentir insegura e me cobrava para ser além do que eu seria capaz, passando a acreditar no que os outros diziam: “Eu sou tímida porque não tenho coragem e, sou esquisita mesmo!”.
Carreguei durante toda minha juventude esse enorme peso que me fazia sentir errada, simplesmente por ser diferente. Com isso, terminei criando uma armadura para me proteger de todos e me blindei contra todo tipo de expressão de emoções.
Com o advento da vida profissional, não consegui desenvolver boa comunicação, com colegas e clientes, porque já não tinha mais confiança em mim e na minha imagem.
Assim, me coloquei nos bastidores e por lá fiquei por muito tempo, por achar que este seria o meu único lugar.
Com a abertura do estúdio, o desenvolvimento do trabalho com personal branding e uma inevitável mudança na vida profissional, tive de sair dos bastidores, para assumir o protagonismo da minha vida.
Para desenvolver os novos projetos, foi preciso me render à demanda e ao mercado atual, vindo a “colocar a cara na rua” para usar as redes sociais com maior ênfase, a fim de conferir maior visibilidade à minha marca pessoal.
Vídeos serão a nova escrita
Dizem por aí que fazer vídeos é a nova escrita e que quem não se comunicar desta forma, estará fora do mercado.
Eu não concordo com esta fala generalista, mas considero ser verdadeira a ideia de que, em algum momento, todos os profissionais, em especial os introvertidos e que desejam demonstrar o valor da sua MARCA PESSOAL, precisarão encontrar uma forma que lhe pareça mais tranquila, para viabilizar o uso desta forma de comunicação.
Por isso estou aqui te contando a minha experiência e comentando sobre a importância de compreender a si mesmo, para entender quais são as características da sua personalidade e as suas dificuldades.
Identificá-las e aceitá-las para, então, desenvolver as suas capacidades.
Não se culpe
Ah, mais uma coisa!
A culpa não é sua ou dos seus pais. Essa dificuldade não vem de crenças limitantes que você criou ou foram incutidas na sua mente, desde a infância.
Na verdade, não há culpados! Esta análise toda tem apenas relação com o entender e compreender a sua essência, e se aceitar.
Digo isso porque em casa ou durante toda a minha educação e formação da minha personalidade, eu nunca ouvi algo do tipo: “meninas não devem se exibir demais, crianças não devem se intrometer em assunto de adulto, etc”.
Muito pelo contrário, minha mãe sempre nos incentivou (a mim e a minha irmã) a fazer as coisas do nosso jeito. Ela sempre compreendeu as diferenças das nossas personalidades e também sempre me ensinou a questionar o porquê das coisas, a ir atrás das minhas verdades.
Eu pratiquei natação, ballet, sapateado, mas nunca gostei de teatro, de ser o centro das atenções.
Quando comecei a namorar, e em seguida, quando me casei, sempre tive o incentivo para trabalhar, ganhar minha independência e não depender do dinheiro e nem do apoio emocional de ninguém.
Sempre fui empoderada por ela! Ou seja, a dificuldade de me expor e, por consequência, de me comunicar, não vem de uma crença. Vem de uma questão de personalidade.
Na verdade, há pouco tempo eu descobri que vem de mais profundo. Vem da minha genética. Está escrito nos meus genes, a epigenética explica isso. No nosso caso, introvertidos, não se trata de mera autossabotagem, como tem sido generalizado por aí.
Como resolver a necessidade de exposição
Como devo agir Então, Fernanda?
Eu descubro que sou assim e por ser assim, eu devo me ocultar e permanecer nos bastidores? Eu não devo me desafiar a expor minha imagem porque isso é muito difícil e me desgasta?
Bem, isso é uma decisão individual, porém se você me permitir vou te dar um conselho: Você que deseja ser reconhecido na sua profissão, deseja ganhar dinheiro trabalhando com o que gosta, deve SIM encontrar uma forma de se expor, se comunicar e fazer isso respeitando a sua essência. Você deve se reconhecer introvertido e introspectivo, mas deve encontrar uma forma de se expressar e colocar a sua marca no mundo.
Eu achava que eu tinha um problema, que estava errada, que tinha dificuldades a mais do que os outros. Hoje entendi que profissionais com esse perfil introspectivo, é minoria na humanidade, ou seja, existem outros iguais a mim (embora poucos) e nós somos normais.
De acordo com Mel Hippchen, pedagoga e life coach especializada em neuropsicologia-pedagógica devemos ter um olhar mais empático para com esses profissionais.
"Saiba que muitos profissionais acreditam que não se desenvolvem apenas por causa do medo, insegurança, ou auto sabotagem. Sem saber que existe uma questão neurológica presente em diversos aspectos que atrapalham o bom funcionamento das funções cognitivas, executivas bem como na forma de aprendizagem.
Pressionar uma pessoa a se desenvolver numa determinada área que ela não consegue devido sua condição genética é cruel. Exigir que ela aprimore algo apenas pra ser aceita dentro dos padrões da sociedade e simplificar certas dificuldades de aprendizagem, cujo estão atreladas a genética é surreal.
Além disso associar essas dificuldades apenas ao medo, insegurança e auto sabotagem pode prejudicar o seu desenvolvimento pessoal e com o passar do tempo trazer várias consequências negativas como: baixa estima, falta de amor próprio, traumas, sintomas de ansiedade, bloqueios mentais, entre outros.
Por este motivo o ideal é aprender a se autoconhecer e descobrir qual a melhor forma de internalizar o aprendizado. Além disso entender como sua mente funciona e fortalecer a ideia de aperfeiçoar os aspectos que são favoráveis à sua essência.
Pois com base em pesquisas neurobiológicas, o cérebro dessas pessoas processa informações e se desenvolve de forma diferente.”
Mercado brasileiro
Há sim profissionais no mercado digital brasileiro que ganham bastante dinheiro se expondo menos, e focando em outros meios de comunicação com seu público. Dois exemplos da minha área são o Henrique Carvalho do Viver de Blog e a Ellen do BrandingLab. Prometo trazer outros nomes em outra oportunidade.
Não caia na armadilha de fazer algo porque todo mundo faz. Nem porque estão te cobrando e dizendo que deve ser assim. Percebi que toda vez que faço para agradar o outro, eu fico na expectativa de que ele tem que gostar do que eu fiz, gerando ansiedade.
Quando você cozinha para alguém, é normal esperar que a pessoa goste, é normal esperar reconhecimento. Mas, em se tratando da exposição da marca pessoal, você deve fazer por você e pensando na sua mensagem, e não porque estão te dizendo que deve ser assim.
Seu cliente vai se conectar quando for o momento dele. Fazer esperando aprovação não dá certo. Trava, não funciona.
Esses dias, em uma live do Pedro Superti, ele trouxe a seguinte reflexão. “As pessoas dizem para você fazer, não o que é bom, ou o que é o certo.
Elas dizem para justificar para elas mesmas que o que elas fazem é o certo, mesmo que essa justificativa esteja a nível inconsciente.”
O Arthur Bender diz: "Estude os especialistas, mas sempre passe pelo filtro dos seus planos.", ou seja faça da sua forma.
Ou seja, elas querem mais se sentir bem por validar o que elas fizeram do que realmente ajudar você. Não é por maldade, elas realmente acreditam que o padrão, o mais conhecido, é o correto.
Devido a isso propaga-se por aí que devemos usar aquele tipo de roupa, de maquiagem, de expressão, falar daqueles assuntos, publicar x stories por dia, mostrar lifestyle, gravar e publicar um vídeo por dia entre outras dicas que recebemos todos os dias.
Como chegar ao padrão de sucesso?
Eu não acredito que exista um padrão de sucesso garantido para nenhum tipo de profissional e, principalmente, em uma sociedade que estabelece que os introvertidos estão com algum defeito.
O que acredito é que o padrão de sucesso virá quando você tomar as decisões que te deixam feliz. Ao fazer algo que não te deixa à vontade, que não te motiva, esse algo não traz o brilho nos olhos e, ao fazer, fica nítido que tem alguma coisa errada.
Sua marca pessoal passa a ser representada desalinhada da sua identidade.
Ao passo que, fazer o que te deixa à vontade traz brilho aos seus olhos, demonstrando que você está no caminho certo.
Como você mensurar o que está dando certo?
Muitas pessoas respondem tomando como base dados externos, como “quantas pessoas batem palmas para ela”, “quantos seguidores ela tem”, “quantos a curtem”, etc.
Eu mensuro o que dá certo quando percebo o brilho nos meus olhos, quando percebo que não gasto energia demasiada para entregar um conteúdo e quando, ao finalizar o dia, não estou cansada e nem percebi que estava trabalhando.
Hoje sei que não sou obrigada a seguir um padrão para atrair clientes e oportunidades. Tudo deve ser feito do meu jeito e no meu tempo, assim, os clientes que se conectarem com minha essência, virão.
E se você passar a fazer de tudo para ganhar curtidas o resultado final será aumentar os índices e também perder a sua essência, ou seja, você se tornará igual a todos.
Você começará a entregar aquilo que o mercado quer que você faça. Criará determinado tipo de conteúdo não porque ele te representa, mas porque acha que o que te representa as pessoas não gostam. Desistirá de ser você, pois conquistar o público dessa forma dá mais trabalho.
No final, você ganhará curtidas sobre algo que você não é e matará quem você é. Assim, as pessoas vão te seguir por você demonstrar algo que não é e, com o tempo, o seu brilho interno restará apagado.
A que consequências você acha que essa decisão te levará? Comenta aqui para continuarmos essa conversa, pode ser?
Te convido a entrar no grupo do Telegram, para conversarmos mais sobre este assunto.
Eu me senti muito bem reconfortada quando encontrei pessoas que passaram pelas mesmas dificuldades que eu.
Me desenvolvi muito depois disso. Vem comigo. Clica no botão abaixo.
Te vejo lá, Fernandda Menezes